domingo, 2 de junho de 2013

A caminho de Angola

Paulo Gomes, cidadão Português, está prestes a viajar para Angola em busca de uma vida melhor. A história de vida de mais uma vitima da crise.

 
Aos 41 anos de idade Paulo Gomes nunca pensou que iria ter que sair de Portugal. Viveu a sua vida inteira na capital. Com apenas o nono ano começou a trabalhar na vida nocturna do bairro alto, uma zona típica Lisboa aonde se encontram diversos bares.

Aos 21 anos arranjou uma namorada que vinha a ser sua mulher 3 anos mais tarde. A jovem engravidou e por esse mesmo motivo acabaram por casar. O matrimónio pouco durou e Paulo Gomes e a esposa divorciara-se.

Sete anos mais tarde a idade trouxe o amor e Paulo Gomes casou novamente e teve mais três filhos. A vida nunca lhe foi facilitada pois a dificuldade em arranjar emprego era muita. A escolaridade obrigatória esta cada vez mais a aumentar e os empregos estão escassos em Portugal.

Após ter construído uma empresa de construção com as suas próprias mãos acabou por ter que a fechar. Cinco anos depois e após várias tentativas de arranjar ou manter um emprego, Paulo Gomes contacta um amigo cuja esposa falecera e o amigo fala-lhe de uma empresa que tem em Angola de construção.

“O Miguel não quis entrar em grandes pormenores devido ao momento difícil que estava a passar mas a verdade é que me falou de que precisava de um braço direito. Alguém que para ele fosse de máxima confiança e que acima de tudo estivesse interessado em mudar de país.” cita Paulo Nunes “Ao principio eu nem me apercebi que me podia enquadrar no que ele procurava mas rapidamente me pus a imaginar o quão aliciante seria viver pelo menos em paz economicamente.”

Depois de falar com a família e reflectir acerca do que seria melhor para todos Paulo Gomes decidiu falar com o amigo acerca de como podia fazer para ficar com o lugar, discutir valores e regalias. “Eu vou para Angola este mês que vem, vou ganhar 3.500 euros com casa, 500 euros em alimentação, motorista, telefone a internet, vida que nunca poderia vir a fazer em Portugal.”

Paulo considera-se um homem forte mas admite “O que me vai custar mais é largar a minha mulher e filhos, nunca imaginei constituir família e ter que me deslargar dela assim tão facilmente e graças a circunstâncias da vida. Se eu soubesse o que sei hoje o que realmente mudava era ter prosseguido nos estudos e dar ouvidos aos meus pais”.  

Paulo Gomes dentro de quinze dias estará com rumo a um país diferente para procurar uma vida melhor para si e para os seus.

 

Inês Castro

 

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