quinta-feira, 21 de março de 2013

S. Tomé no coração


João Viegas D’Abreu, atual administrador da segurança da informação no Centro de informática da Assembleia da República, viu a sua vinda para Portugal como uma miragem para um jovem que tinha acabado de concluir o ensino secundário. Uma oportunidade de continuar os estudos, ingressando no ensino superior. Nos seus primeiros anos de faculdade vivia sozinho num quarto. “Cheguei ao aeroporto com uma mala só e não conhecia ninguém” diz.
A infância em S. Tomé e Príncipe marcou-o para sempre.
Sente saudades e não esconde isso, leva consigo as várias recordações dos amigos de infância e da família, acabando por visitá-los várias vezes, não só em férias mas também em contexto profissional. Se arranjasse uma boa oportunidade de emprego, João, voltava para lá sem pensar duas vezes mas se até lá não se proporcionar, não hesitará em ir quando se reformar. Tendo como alvo ajudar o seu País da maneira que puder, diz: “eu tenho no meu subconsciente como que uma obrigação moral em dar algum contributo a S. Tomé, na minha área profissional”. Relembra memórias dos seus amigos e conhecidos, todos da mesma faixa etária. O meio era pequeno e só existia uma escola, iam às mesmas festas, aos mesmos campos de futebol. Teve uma infância muito livre: “Ainda sou do tempo em que as portas de casa estavam sempre abertas”; “Os míudos saíam de casa para ir a casa de um amigo ou de um primo e só voltavam à noite”, recorda João.
O sonho que tinha quando ingressou para terras lusitanas, e que nada teve a ver com o seu percurso profissional,era ser controlador de tráfego aéreo. Tirou o respectivo curso, com duração de dois anos mas não pôde continuar a exercer pois não tinha nacionalidade portuguesa. Ainda assim,não baixou os braços e tirou o curso de informática à noite enquanto trabalhava de dia.
 João Viegas tem um percurso profissional vasto, uma licenciatura em Comunicação e Gestão de Empresas e um Mestrado em Sistemas de Informação para Gestão, começou por ser operador de informática e foi para a Assembleia da Republica em 1999 como técnico, ao mesmo tempo que deu aulas de informática no ISG até 2008. De seguida foi promovido, na AR foi convidado para diretor do Centro de informática e em 2010 conseguiu uma oportunidade de trabalho em Roma. Até 2012 viveu em Roma e gostou muito da experiência. Em 2012, retoma as suas funções na AR, agora como Administrador de Segurança da Informação, onde assegura o bom funcionamento de todos os recursos tecnológicos envolvidos nos Congressos e Assembleias.

Rita Afonso

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