No dia seguinte à chegada das crianças, um novo grupo, com quase o mesmo número de meninos, parte com o mesmo objetivo para a Alemanha depois de terem sido acompanhados pelo Hospital de Luanda desde 29 de Abril por dois médicos alemães pertencentes à ONG e que, em colaboração com equipas locais angolanas, têm vindo a determinar a viabilidade do tratamento e as condições clínicas das crianças para que estas possam viajar em segurança.
Esta ONG angolana envia para a Alemanha, duas vezes por ano, dezenas de crianças para serem tratadas por especialistas em pediatria. Enquanto uns regressam passado alguns meses, outros, com doenças mais delicadas ou que exigem inúmeras cirurgias, acabam por permanecer no país europeu durante dois ou três anos, longe das suas famílias.
A Organização Kimbo Liombembwa reconheceu que o envio regular de crianças angolanas doentes só tem sido possível graças ao apoio de muitos voluntários e de empresas que desenvolvem políticas de envolvimento comunitário enquadradas no desenvolvimento da sua área de responsabilidade social. Uma destas empresas é a Sogester (Sociedade Gestora de Terminais Angolana) que apoia o projeto em termos logísticos desde o seu início, ficando encarregue de toda a organização local da partida e do regresso do grupo de crianças da Alemanha.
A Kimbo Liombembwa foi então criada em 2011 pelo médico Rosalino Neto, especialista em saúde pública e formado na Universidade Agostinho Neto, onde é hoje docente. O objetivo deste ONG é apoiar crianças doentes, com variados traumas, particularmente aquelas que mais são desfavorecidas e cujo tratamento não é possível de ser feito em Angola. A ONG desenvolve uma parceria de ouro com a organização alemã "Friendensdorf International Germany", com a qual tem trabalhado num projeto que até hoje já ajudou mais de 1.700 crianças, muitas delas em estado terminal.
Com a sua sede em Luanda, a Kimbo Liombembwa tem equipas espalhadas por todo o país e uma parceria com o Instituto Nacional da Criança (INAC), com quem trabalha na identificação de crianças que, em todas as províncias angolanas, possuam doenças que não podem ser tratadas localmente por falta de condições técnicas.
Joana Simões
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