Henrique Pereira Rosa, antigo Presidente de transição da Guiné-Bissau, nascido em Bafatá (leste de Bissau) em 1946, faleceu esta quarta-feira (15 de Maio) ,vítima de doença prolongada.
Homem de família, bastante discreto e um amante do desporto. Católico praticante e um ativista de causas sociais. Esteve ligado às áreas dos seguros marítimos, comércio internacional e agropecuária. Dirigente desportivo e cônsul honorário da Costa do Marfim no seu país, revelou-se bastante capaz na gestão das várias crises políticas que atingiram a Guiné-Bissau.
Em 1965 entrou pela primeira vez para os serviços das Finanças. Nas primeiras eleições presidenciais e legislativas, ocorridas em 1994,foi diretor executivo da Comissão Nacional de Eleições. Juntou-se ao clube de futebol Sport Bissau e Benfica, onde fez parte da liderança e direção do clube até 1997.
Na sequência do golpe de Estado, a 14 de Setembro de 2003, foi eleito para o cargo de Presidente interino de Guiné-Bissau, e em 2004 levou o país às eleições legislativas. Mostrou-se hesitante em assumir as presidências do seu pais, não por pensar que não iria ter sucesso, porque até então sempre foi um grande homem de negócios, com pouca experiencia na área política, mas sim porque deixou claro que queria ser um chefe de Estado verdadeiramente eleito pela Guiné-Bissau.
Disputou juntamente com outros nove políticos as eleições presidenciais de 2005, tendo ficado em terceiro lugar na primeira volta das presidenciais, com 84 mil votos o que corresponde a 23% dos votos, numa votação ganha por João Bernardo Vieira.
Apresentou-se novamente como candidato nas eleições presidenciais antecipadas de 2009 e voltou a concorrer em 2012. Devido a mais um golpe de Estado ocorrido a 12 de Abril de 2012, a última “disputa” eleitoral só contou com a primeira volta.
Apesar de insistências por grande parte de amigos, familiares e apoiantes, estaria mais interessado em criar um espaço de reflexão em torno de um movimento cívico ou da sociedade civil, para que pudesse avançar na defesa do seu projeto politico na Guiné-Bissau que consistia em mudar a imagem do país, com a “paz e tranquilidade aos guineenses”
Henrique Rosa queria outra situação para o seu país, nas palavras do político “a mudança terá que ser feita com alguém que nunca fez parte do sistema. Alguém independente em relação à política que foi feita até hoje."
"A minha campanha foi sempre para mudar a Guiné-Bissau. Se um dia chegar à Presidência será para mudar o país", disse Rosa em março de 2012.
Henrique Rosa faleceu na madrugada de 15 de Maio, aos 67 anos. Os restos mortais chegaram no passado fim-de-semana à capital da Guiné-Bissau onde foram realizadas cerimónias fúnebres.
Cláudia Martins
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