quarta-feira, 15 de maio de 2013

Entrevista a Pedro Mantorras





– Como tem passado o tempo, agora que já deixou os relvados?
Mantorras – É difícil, foram mais de dez anos a jogar. Assistir aos jogos do Benfica sem poder ajudar a equipa não tem sido nada fácil. O bichinho do futebol fica sempre, mas tenho de contentar-me com o trabalho que estou a exercer agora, como embaixador do clube. Infelizmente, tive de parar por causa da lesão.


– Muitos adeptos não escondem curiosidade em saber como evoluiu a lesão no seu joelho direito...
– O joelho está bem, mas no Inverno sinto a diferença. Dói mais nessa altura. Graças a Deus, continuo a fazer exercícios no ginásio que tenho em casa e no Benfica. Tenho de ter mais cuidado com o peso e, por isso, sou obrigado a seguir uma dieta saudável.

– Sem a lesão, teria chegado ao nível de Drogba, Eto’o e Adebayor?
– Penso sempre que, no mínimo, faria parte desse grupo dos melhores jogadores africanos. Começei a pensar assim quando fui eleito o melhor futebolista jovem do continente africano, em 2001. De qualquer maneira, estou orgulhoso com o que fiz enquanto pude jogar.

– Gostaria de ver repetido novo fenómeno Mantorras no Benfica?
– Angola tem muitos talentos, nunca se sabe. Se houver essa oportunidade, esse jogador terá de ser humilde e mostrar-se disponível para aprender. Não pode vir com ares de estrela, até porque o futebol europeu é totalmente diferente do africano. Se pensar que já vem ensinado, pode sofrer uma decepção. Evolui porque aprendi muito com treinadores como Mariano Barreto, Jesualdo Ferreira, Toni ou Giovanni Trapattoni.

– Este plantel é mais forte do que aquele de que fez parte e se sagrou campeão nacional, com Giovanni Trapattoni 2004/05?
– Sinceramente, acho que o actual é mais forte em todos os aspectos. Nós não tínhamos verdadeiros craques como há agora. Sobressaía o colectivo. Havia um forte espírito de grupo e um líder experiente, chamado Trapattoni.

– Seria, então, um concorrente directo de Óscar Cardozo na luta pelo título dos goleadores?
– Parece-me que seria mais fácil marcar golos nesta equipa, porque não teria de recuar tanto para ir defender e buscar jogo. De certeza absoluta que marcava agora mais golos.

Filipe Martins

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