Duas bandeiras, uma portuguesa e uma brasileira,
personalizam a janela do Café Mirante. Na localidade das Mercês, bem no centro
da Linha de Sintra, o negócio de Grace Santos é frequentado por clientes de
origem brasileira, bem como portugueses. Aberto há um ano, este estabelecimento
só serve iguarias do Brasil. ‘Não vale a
pena vender produtos portugueses, todos os cafés aqui na zona fazem isso’,
conta a proprietária, como que a justificar o facto de ainda manter o
estabelecimento aberto. Apesar de estar vazio na altura da entrevista, Grace
diz que nem sempre é assim. O café tem música ao vivo, aos Domingos à tarde. O
que acaba por atrair os clientes, ‘Se
não fosse isto, o café já teria fechado’, conta a proprietária, residente
naquela zona há um ano e há doze em Portugal. Confrontada com a hipótese de vir a
encerrar o estabelecimento, a proprietária nega querer voltar às origens. ‘Se fechar o café, faço outra coisa
qualquer, mas voltar não volto., conta a pequena empresária, que afirma já
ter passado por diversas áreas, inclusive estética. ‘Tenho formação em cabeleireiros, mas já trabalhei em diversas áreas. Um
imigrante não pode pensar em trabalhar naquilo que em que se formou, tem que se
agarrar ao que nos aparece à frente.’.
Rute Fidalgo
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