quinta-feira, 28 de março de 2013

Angola mantém elevadas taxas de mortalidade materna-infantil e de doenças infeciosas


Apesar da melhoria significativa e progressiva dos principais indicadores de saúde globais angolanos, o país apresenta ainda uma elevada taxa de mortalidade materna-infantil e infanto-juvenil e uma alta incidência de doenças infeciosas e parasitárias, com destaque para grandes endemias (como a tuberculose), doenças respiratórias e malnutrição em crianças menores de cinco anos.Segundo Carlos Alberto Masseca, o secretário de Estado da Saúde, em Angola regista-se uma persistência de surtos de cólera, raiva e sarampo, bem como um aumento exponencial de Doenças Crónicas Não Transmissíveis (DCNT), sinistralidade rodoviária e violência, sendo ainda responsáveis por mais de 50% dos óbitos na população as doenças transmissíveis. A malária continua a ser a primeira causa de mortalidade no país e é responsável por 28% da mortalidade infantil; também a tuberculose continua a propagar-se, cada vez com mais números de casos registados, casos esses na sua maioria associados ao VIH/Sida.As necessidades em saúde presentes no país estão principalmente relacionados com a cobertura sanitária ainda insuficiente e com a fraca manutenção da mesma, bem como com a insuficiência de recursos financeiros e inadequação do modelo de financiamento. Está a ser então desenvolvido um plano nacional de desenvolvimento sanitário e este cinge-se em melhorar a prestação de cuidados de saúde com qualidade, nas vertentes de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, reforçando a articulação entre a atenção primária e os cuidados hospitalares e ainda na operacionalização da prestação de cuidados de saúde a nível comunitário. Mesmo assim, de acordo com o Estado, controlar a propagação destas grandes endemias não pode ser responsabilidade única do Ministério da Saúde (MINSA). O setor da educação pode e deve exercer um papel catalizador e educacional na prevenção e despistagem destas doenças.

"A mortalidade materna continua também a ser um dado preocupante para a maior parte do continente africano", refere o Relatório Económico sobre África divulgado pela União Africana (UA) e pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA). Esta taxa tem vindo a reduzir mas atingiu ainda, no ano passado, 400 mulheres falecidas por cada 1000 nados-vivos. Em Angola, cerca de dois terços da mortalidade materna deve-se a causas diretas, ou seja, decorrentes da própria gravidez (como abortos espontâneos, hemorragias e infeções), enquanto as restantes mortes resultam de doenças como a malária.


Joana Simões



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