O futuro não sorri aos jovens em
Portugal, e sair do país, começa a ser uma opção cada vez mais recorrente. Uns
vão com emprego certo, mas uma boa parte vai procurar um futuro melhor. Mente
jovem, ser ambicioso, corajoso e persistente são qualidades essenciais ao
sucesso para quem arrisca sair sem certezas.
Os países lusófonos, como o Brasil, apresentam muitas oportunidades de
cumprir sonhos ou para crescer profissionalmente. E foi isto que Susana Sengo,
licenciada em Fisioterapia, decidiu fazer. “E porque não quis que todos os cursos, formações e
experiências que ganhei enquanto estudante ficassem sentadas no sofá à
espera de uma resposta que nunca chegaria a vir, numa centésima de segundo,
decidi largar tudo o que conhecia, o conforto dos amigos e família para
atravessar um oceano à procura do meu novo sonho, encontrar um lugar onde
pudesse crescer profissionalmente.” A jovem de Olhão escolheu o Brasil,
não só por ser um país “filho” que partilha a nossa língua, mas também por ter
lá a sua mãe, que há nove anos partiu em busca de um sonho: ser Chef de Cozinha e ter o seu próprio
restaurante levando consigo a mala, coragem e um sonho.
Vendo um
país “desorganizado socialmente onde apesar disso as pessoas são felizes e
acolhedoras. Um país com um sistema de saúde precário, pobre
em profissionais qualificados, carente de projetos diferentes e
inovadores, com espaço para novas ideias.”, Susana encontrou o seu lugar ao sol
e montou o seu espaço, debaixo de uns coqueiros. Maioritariamente procurada por
turistas, a jovem sente-se valorizada pelo seu trabalho, apesar de ser mais
procurada por massagens do que por fisioterapia.
Sem estar
completamente satisfeita, Susana sabe que o seu projeto ainda não chega a quem
realmente precisa. Dar a alguém o prazer de “voltar a andar” é a essência da
fisioterapia, e também um dos objetivos da jovem que já o conseguiu no início
de carreira e se sentiu inspirada por poder mudar a realidade de algumas
pessoas ou ajudá-las a cumprir sonhos.
“As
oportunidades não nos caem no sofá enquanto estamos a ver televisão.” E,
por isso, Susana continua a planear o próximo passo. “Guardo Portugal
como a minha casa, com vontade de um dia voltar, mas filha de
emigrante aprende desde cedo que o Mundo não tem fronteiras e eu aprendi que
centésimas de qualquer coisa podem mudar a nossa vida de um dia para o outro.”
João Ribeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário