domingo, 24 de março de 2013

Mortes Coloniais


“(…) Os Homens só morrem quando a Pátria se esquece deles (…)”
 Já próximos da comemoração do trigésimo nono aniversário do 25 de Abril, ainda vale a pena refletir sobre o que foi a Guerra Colonial Portuguesa.
Vidas perdidas, sangue escorrido, drama, tristeza, dor. São imagens muito presentes nos treze anos da Guerra do Ultramar.
Quando um militar português era ferido ou morto em qualquer local espalhado no mapa de África, dava-se início a um longo processo de transporte do corpo, que começava junto dos restantes camaradas e terminava ao lado da família.
 Nos primeiros anos de guerra, os mortos em combate eram enterrados em cemitérios improvisados pelas unidades militares nas localidades onde tinham as suas bases. Alguns destes militares eram enterrados no meio do mato, no local onde caíam, nem sempre era possível transportá-los até às sedes das Unidades. Os helicópteros eram escassos, e serviam apenas para evacuar feridos.
 Quando os corpos eram transportados para a Metrópole, esse transporte era pago pelos familiares do falecido, só mais tarde, essa condição foi alterada, e era também na Metrópole, que a família era informada.
Segundo dados recolhidos na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, nas três frentes de guerra, Angola, Moçambique e Guiné, registou-se um total de 8289 mortos. Angola registou um total de 3258, Moçambique 2962 e Guiné 2069. O maior número de mortos foi contabilizado em 1969 com um total de 836, e 1973 com 856. Pelo contrário, em 1961 e 1962 foram os anos com o menor número, 207 e 218 respetivamente, presumivelmente pelo facto de a Guiné viver ainda em tempo de paz.
Em nome de todos estes combatentes, e como prova de honra e agradecimento do Povo Português, foi erguido no Forte do Bom Sucesso, em Belém, o Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, inaugurado a 15 de Janeiro de 1994.

Cláudia Évora

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