O ano é 2001, o dia é 14 de novembro.
Após a assegurar a qualificação para o campeonato do mundo de
futebol de 2002, no Japão e na Coreia do Sul, Portugal enfrenta um
encontro de cariz particular com um país amigo. Angola veio a
Alvalade munida de jogadores que, na sua maioria, actuavam em
Portugal. Covocatória intencional por parte de Mário Calado,
selecionador do país africano.
Nas bancadas, a maioria dos adeptos
eram angolanos. O ambiente era de festa. Logo no primeiro minuto de
jogo, um golo de Pedro Mantorras para os visitantes. E, ao minuto 12,
Asha, dos Palancas Negras, é expulso por acumulação de amarelos. A
meio da primeira parte é marcado um penalti duvidoso sobre Pauleta,
que Figo converte. E aí as coisas começaram a aquecer.
Minutos depois a segunda expulsão para
Angola: Franklin, do Belenses. Nuno Gomes e Jorge Andrade marcam para
Portugal e o jogo vai para intervalo com 3-1, mas a festa já estava
estragada pelos cartões vermelhos.
O público vai abandonando o estádio e
os ânimos exaltam-se. A polícia é chamada a intervir. Boa Morte
faz o quarto golo no início do segundo tempo, logo a seguir Neto é
expulso de campo. Por indicação técnica, um jogador angolano
deita-se no chão e o árbitro apita para o final da partida. Os
pupilos de António Oliveira vencem de forma amarga: pela
inferioridade numérica do adversário.
Cinco anos depois, as duas seleções
haveriam de voltar a encontrar-se no Mundial da Alemanha. Para
Portugal, treinado pelo brasileiro Scolari, foi o jogo inaugural de
uma campanha que só terminaria nas meias finais. Vitória dos
portugueses, por um a zero. Mas, desta vez, no final do jogo houve
abraços, trocas de camisolas e palavras de incentivo. E todas, claro está, em
português.
Ricardo Costa
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