quinta-feira, 11 de abril de 2013

"A lendária corrida ao ouro"


No fim do século XVII a produção açucareira no Brasil (fonte de maior rendimento) enfrentou uma grave crise devido aos avanços tecnológicos dos engenhos açucareiros, registados nas colónias holandesas, francesas e inglesas da América Central. Uma vez que Portugal dependia dos impostos cobrados ao Brasil, Portugal passou a estimular os seus funcionários e os habitantes do Planalto de Piratininga, conhecido atualmente como São Paulo, a explorar as terras ainda desconhecidas em busca de ouro e pedras preciosas.
A primeira descoberta registou-se nas províncias de Taubaté, no ano de 1697, quando o presente governador do Rio de Janeiro – Castro Caldas, declarou a descoberta de “dezoito a vinte ribeiro de ouro da melhor qualidade” pelos paulistas. Nesse mesmo ano, mais precisamente em Janeiro, Portugal havia enviado a Carta Régia – nome dado ao documento oficial assinado por um monarca que segue para uma autoridade sem passar pela chancelaria, onde geralmente continha determinações gerais e permanentes – onde prometia ajudas de custos ao Governador Arthur de Sá para a ajuda nas buscas dos metais preciosos.
Iniciou-se a chamada corrida ao ouro da história moderna. A quantidade de pessoas que atracavam no Brasil e deixava Portugal foi substancial, até que em 1720, D. João V, criou uma lei com o intuito de controlar a saída dos portugueses.
            Durante o século XVIII, registou-se o auge do período de exploração do ouro no Brasil, e diversos povoamentos foram fundados. Esta foi uma das medidas encontradas por Portugal para tentar acalmar o caos que se instalara na colónia, onde habitantes de diversas cidades as abandonavam em busca de ouro.
Com a queda da produção do sistema de exploração, passaram a ser necessárias técnicas mais especializadas que exigiam a permanência por um maior período de tempo do garimpeiro (indivíduo que procura ouro) junto dos locais de exploração, o que também contribuiu para o estabelecimento das vilas.
No entanto, Portugal,  criou o imposto do Quinto – aqui a Coroa exigia que um quinto de tudo o que fosse extraído seria dela por direito - quando começaram as explorações.
A exploração de ouro no Brasil teve um grande impacto, uma vez que deslocou o eixo político-económico da colónia para região sul, com o estabelecimento da capital no Rio de Janeiro. Outro factor importante foi a ocupação de diversas regiões do Brasil. A exploração de ouro possibilitou ainda, um enorme crescimento demográfico e o estabelecimento de um comércio interno, uma vez que os produtos da colónia não eram apenas para exportação, como era o caso do açúcar e do tabaco do nordeste, e fez com que surgisse a necessidade de uma produção de alimentos que pudesse colmatar as necessidades dos novos habitantes. Não nos podemos esquecer que um dos outros aspectos importantes no que diz respeito à explosão demográfica provocada pelo período da exploração do ouro no Brasil, foi a questão relacionada com o desenvolvimento de uma classe média que era composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento económico e cultural do Brasil. 

Joana Silva 

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