segunda-feira, 29 de abril de 2013

Foco em: S. Tomé e Príncipe




            Este país, é oficialmente conhecido por República Democrática de São Tomé e Príncipe. Carateriza-se como sendo um estado insular situado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais (Il2, com cerca de 160 mil habitantes. Este estado, não tem fronteiras terrestres, mas situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial, Nigéria e Camarões.
ha de S. Tomé e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, tendo um total de 1001 km
Emergiu das profundezas do mar, devido à atividade vulcânica, consequente da divergência das placas tectónicas africana e americana. As ilhas de S. Tomé e Príncipe, devem a sua formação ao prolongamento da cordilheira continental dos Camarões, formando assim um alinhamento de mais de 2000 km de extensão que parte dos vulcões dos Camarões e se alonga pelo mar.
Este conjunto de ilhas foi designado, por muito tempo, como arquipélago da Guiné, por se alojar no golfo homónimo. Durante vários séculos, as ilhas estiveram desabitadas, apesar de a sua atividade vulcânica já estar extinta. O descobrimento das ilhas é atribuído a João de Santarém e Pêro Escobar, que foram igualmente incumbidos de continuar a exploração da costa ocidental de África em 1470, durante o reinado de D. Afonso V. Acredita-se que teriam atracado na costa norte de São Tomé a 21 de Dezembro e tocado na ilha de Santo Antão, que mais tarde foi batizada de Príncipe. Julga-se que as ilhas eram então desabitadas, logo os primeiros colonos foram portugueses. Depois dos colonos, foi a vez de chegarem os escravos, sobretudo vindos de Angola, Moçambique e Cabo Verde, com a finalidade de serem utilizados nas potencialidades de exploração que as ilhas poderiam oferecer.
Passado duas ou três gerações, deu-se uma miscigenação racial que originou os descendentes do cruzamento de sangue português com africano e que rapidamente passou a deter o controlo económico da exploração do território.
No entanto, com a crescente importância que o Brasil ia adotando, a produção de açúcar passou para a colónia sul-americana, fazendo com que São Tomé passa-se por uma fase de despovoamento. No século XIX, com o início do cultivo do cacau e do café, esta situação inverteu-se tornando S. Tomé e Príncipe o maior exportador de cacau do mundo. Em apenas treze anos, a produção subiu de 14 mil para 36 mil toneladas. Foi a época em que muitas famílias portuguesas se instalaram nos trópicos.
Em termos administrativos São Tomé nunca assumiu a mesma importância para a coroa portuguesa que as outras colónias possuíam. Para Portugal, São Tomé parecia muito distante e desconhecido, e só se tinha notícias quando o respetivo governador comunica por cartas, ou se deslocava a Lisboa.
Apesar deste aparente estado de calma, o certo é que as tensões sociais iam crescendo, uma vez que os trabalhadores africanos, mesmo não sendo considerados escravos, o eram na realidade. Lentamente, a revolta foi-se registando, e acabaram por contribuir para a formação de um sentimento nacionalista e independentista.
Na década de sessenta do século XX, tudo se tornou mais convicto com a criação do CLSTP (Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe) e, em 1974, do MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe). A revolução de 25 de Abril de 1974 só precipitou os acontecimentos, que levou à saída em massa dos colonos portugueses e o consequente pedido de independência.
Um ano depois, a 12 de Julho de 1975, o mapa político do mundo passou a incluir uma nova nação – a República Democrática de São Tomé e Príncipe.
No entanto, na fase seguinte à independência e respectiva descolonização, assistiu-se a uma descida dramática da produção, especialmente a partir do momento em que algumas plantações foram nacionalizadas. Previa-se tempos difíceis se não se invertesse o rumo, pelo que, no final dos anos 80, e com o devido apoio do FMI e do Banco Mundial, aliado ao perdão da dívida externa, tomaram-se algumas medidas de saneamento que passavam pela desvalorização da moeda, a contenção de endividamento público e, sobretudo, pela reprivatização das plantações.
Após a independência, o MLSTP é quem toma o poder, designando Manuel Pinto da Costa como primeiro presidente da república. Em 1991, sucede-lhe Miguel Trovoada, que é reeleito cinco anos depois, onde posteriormente Fradique de Meneses, toma conta dos destinos da nação deste 2001. Nas eleições de 2011 foi eleito Manuel Pinto da Costa que volta à presidência passados 20 anos. 
Nos últimos anos tem-se verificado algum desenvolvimento embora a um ritmo bastante lento: a produção de cacau tem vindo a subir, voltando a ser o produto de maior exportação, algumas plantações começam a recuperar o fôlego de outros tempos e incentiva-se o cultivo de produtos como óleo de coco, mandioca e café.
Apesar de o turismo ter aberto novas portas em termos de emprego, os serviços comerciais e administrativos ocupam ainda uma minoria da população. A indústria é praticamente inexistente ou de muito pouca expressão. Em termos numéricos, os principais países de origem das importações são Portugal com 51%, a França com 14%, Angola com 11% e o Japão com 10%. Prevê-se que a economia registe um crescimento de 6,0%, suportado pelo investimento direto estrangeiro na prospecção de petróleo, e também pela construção de um novo porto de águas profundas. Porém, as expectativas de longo prazo permanecem altamente dependentes das perspectivas, ainda incertas, do potencial de exploração petrolífera, cuja produção não é esperada antes de 2016.

  

Joana Silva

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