Este país, é oficialmente conhecido por República
Democrática de São Tomé e Príncipe. Carateriza-se como sendo um estado insular
situado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais (Il2,
com cerca de 160 mil habitantes. Este estado, não tem fronteiras terrestres,
mas situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial,
Nigéria e Camarões.
ha de S. Tomé
e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, tendo um total de 1001 km
Emergiu das profundezas do mar, devido à
atividade vulcânica, consequente da divergência das placas tectónicas africana
e americana. As ilhas de S. Tomé e
Príncipe, devem a sua formação ao prolongamento da cordilheira continental
dos Camarões, formando assim um alinhamento de mais de 2000 km de extensão que
parte dos vulcões dos Camarões e se alonga pelo mar.
Este conjunto de ilhas foi designado, por muito tempo, como arquipélago
da Guiné, por se alojar no golfo homónimo. Durante vários séculos, as ilhas
estiveram desabitadas, apesar de a sua atividade vulcânica já estar extinta. O
descobrimento das ilhas é atribuído a João de Santarém e Pêro Escobar,
que foram igualmente incumbidos de continuar a exploração da costa ocidental de
África em 1470, durante o reinado de D. Afonso V. Acredita-se que teriam
atracado na costa norte de São Tomé
a 21 de Dezembro e tocado na ilha de Santo Antão, que mais tarde foi batizada
de Príncipe. Julga-se que as ilhas eram então desabitadas, logo os primeiros
colonos foram portugueses. Depois dos colonos, foi a vez de chegarem os
escravos, sobretudo vindos de Angola, Moçambique e Cabo Verde, com a finalidade
de serem utilizados nas potencialidades de exploração que as ilhas poderiam
oferecer.
Passado duas ou três gerações, deu-se uma miscigenação
racial que originou os descendentes do cruzamento de sangue português com
africano e que rapidamente passou a deter o controlo económico da exploração do
território.
No entanto, com a
crescente importância que o Brasil ia adotando, a produção de açúcar passou
para a colónia sul-americana, fazendo com que São Tomé passa-se por uma fase de despovoamento. No século XIX, com
o início do cultivo do cacau e do café, esta situação inverteu-se tornando S. Tomé e Príncipe o maior exportador
de cacau do mundo. Em apenas treze anos, a produção subiu de 14 mil para 36 mil
toneladas. Foi a época em que muitas famílias portuguesas se instalaram nos
trópicos.
Em termos administrativos São Tomé nunca assumiu a mesma
importância para a coroa portuguesa que as outras colónias possuíam. Para
Portugal, São Tomé parecia muito
distante e desconhecido, e só se tinha notícias quando o respetivo governador
comunica por cartas, ou se deslocava a Lisboa.
Apesar deste aparente estado de calma, o certo é que as tensões
sociais iam crescendo, uma vez que os trabalhadores africanos, mesmo não sendo
considerados escravos, o eram na realidade. Lentamente, a revolta foi-se
registando, e acabaram por contribuir para a formação de um sentimento nacionalista
e independentista.
Na década de sessenta do século XX, tudo se tornou mais
convicto com a criação do CLSTP (Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe)
e, em 1974, do MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe). A
revolução de 25 de Abril de 1974 só precipitou os acontecimentos, que levou à
saída em massa dos colonos portugueses e o consequente pedido de independência.
Um ano depois, a 12 de Julho de 1975, o mapa político do
mundo passou a incluir uma nova nação – a República
Democrática de São Tomé e Príncipe.
No entanto, na fase seguinte à independência e respectiva
descolonização, assistiu-se a uma descida dramática da produção, especialmente
a partir do momento em que algumas plantações foram nacionalizadas. Previa-se
tempos difíceis se não se invertesse o rumo, pelo que, no final dos anos 80, e
com o devido apoio do FMI e do Banco Mundial, aliado ao perdão da dívida
externa, tomaram-se algumas medidas de saneamento que passavam pela
desvalorização da moeda, a contenção de endividamento público e, sobretudo,
pela reprivatização das plantações.
Após a independência,
o MLSTP é quem toma o poder, designando Manuel Pinto da Costa como primeiro
presidente da república. Em 1991, sucede-lhe Miguel Trovoada, que é reeleito
cinco anos depois, onde posteriormente Fradique de Meneses, toma conta dos
destinos da nação deste 2001. Nas eleições de 2011 foi eleito Manuel Pinto da
Costa que volta à presidência passados 20 anos.
Nos últimos anos tem-se verificado algum desenvolvimento
embora a um ritmo bastante lento: a produção de cacau tem vindo a subir,
voltando a ser o produto de maior exportação, algumas plantações começam a
recuperar o fôlego de outros tempos e incentiva-se o cultivo de produtos como
óleo de coco, mandioca e café.
Apesar de o turismo ter aberto novas portas em termos de
emprego, os serviços comerciais e administrativos ocupam ainda uma minoria da
população. A indústria é praticamente inexistente ou de muito pouca expressão. Em
termos numéricos, os principais países de origem das importações são Portugal
com 51%, a França com 14%, Angola com 11% e o Japão com 10%. Prevê-se que a
economia registe um crescimento de 6,0%, suportado pelo investimento direto
estrangeiro na prospecção de petróleo, e também pela construção de um novo
porto de águas profundas. Porém, as expectativas de longo prazo permanecem
altamente dependentes das perspectivas, ainda incertas, do potencial de
exploração petrolífera, cuja produção não é esperada antes de 2016.
Joana Silva
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