quarta-feira, 10 de abril de 2013

Grafia Inesperada (Parte 2)


Todas as nacionalidades que dominem a nossa língua, influenciam a sua dinâmica. A sua evolução! Não se trata de uma degeneração da língua portuguesa. Trata-se de uma homenagem à mesma. Ribeiro e Castro, seria favorável a uma revisão do AO. Uma revisão que fosse mais flexível na consideração de um maior número de escritas duplas da mesma palavra. Como tal, a sua principal preocupação nessa revisão, não seria uniformizar a grafia, dado que esta não é total, são centenas as palavras que lhes consente grafias múltiplas, logo, seria um pouco mais aberto quanto à possibilidade de grafias múltiplas, de maneira a que toda a gente se sentisse confortável com o AO. Ribeiro e Castro, assume-se resistente ao AO: “Eu não escrevo de acordo com o acordo, eu escrevo em desacordo com o acordo. E escrevo como aprendi e aborrece-me estar num computador que me diz que estou a escrever errado quando eu estou a escrever certo”.
 Lamenta que se esteja a sacrificar uma geração que está a aprender um Português, obrigatoriamente, que pode não durar. Uma língua é um processo construtivo e difícil: escrevê-la e falá-la bem! Existem regras, mas estas têm exceções, formas irregulares... Este AO não veio facilitar essa aprendizagem. Se nós destruirmos por completo a raiz das palavras, duma forma geral, tornamos mais difícil a sua aprendizagem. Qualquer pessoa, para compreender o porquê destas mudanças, não pode apenas fixar que é assim, mas tem de perceber o porquê de ser assim: “ é muito difícil explicar a uma criança ou jovem, porque é que ‘egípcio’ se escreve com p, quando a palavra de que deriva, que é ‘egito’ se escreve sem p”. Este AO veio simplificar e unificar a escrita e a fala do português, mas, por outro lado, trouxe más explicações, relativamente ao seu surgimento. Irá haver sempre a tendência da resposta “é assim, porque sim”. Segundo Ribeiro e Castro, esta decisão aprovada de um novo AO, deixa muito a desejar. Fica o desejo e o apelo dos cidadãos para uma possível revisão deste AO: “Eu compreendo que a professores bons e muito experientes, com 20 ou 30 anos de ensino de português, é seguramente, para a maioria deles, muito difícil e para muitos deles uma violência ensinar o novo português de acordo com o AO. Não tenho dúvida nenhuma disso. E não tenho dúvida que para eles é ensinar a escrever português duma forma errada, e por isso, acho que se deve defender o acordo, que ataca-lo o é errado em termos de política da língua, mas deve-se lutar para uma revisão do acordo, que o torne mais compreensível, mais plástico e que proteja a nossa forma de escrever de acordo com a origem latina que é tão importante para nós”.

Cláudia Évora e Sofia Conde

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