quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mulher Angolana: o grito silenciado pela sociedade


 As agressões físicas e psicológicas, assim como os abusos sexuais a menores e a fuga à paternidade são, ainda, muito frequentes em Angola. Para álem destes dados, Organizações da sociedade civil, confirmam que o número de vítimas tem vindo a crescer e que as consequências são deveras preocupantes tendo em conta que grande parte acaba em mutilações ou mesmo morte.
Apesar de terem sido, recentemente, aprovados pelo Conselho de Ministros, os decretos Presidenciais que aprovam o Regulamento e Plano Executivo da Lei contra a Violência Doméstica, e da mesma ser "louvada" por estas Organizações que vê esta como mais  “uma batalha árdua” vencida, a luta pela prática e execução da mesma Lei continua.
Segundo declarações de Organizações como PMA (Plataforma das Mulheres em Acção) e Fórum das Mulheres Jornalistas para a Igualdade de Género, está ainda reunido, um conjunto de condições que levam ao aumento de casos de violência doméstica. Por um lado a má preparação das familias e a sua falta de ensinamento nesta matéria, condiciona as suas mentalidades e fá-las condenar as mulheres que fazem queixa. O tema é ainda tabu e as famílias têm receio de ficar mal vistas na sociedade. Por outro lado, existem ainda lacunas no que diz respeito ao cumprimento do dever do Estado e da regulamentação de certos aspectos como: consciencializar as famílias, o tratamento, acolhimento  e acompanhamento da vítima, e o estabelecimento de prazos nos casos de prisão preventiva dos supostos agressores, alguns dos aspectos apontados por  Verónica Sapalo - Directora Executiva da PMA. “As familias ainda não estão educadas e por isso ainda há muitas vitimas que não denunciam”, refere a diretora em declarações à Voz da América.
Não existem, ainda, números concretos, mas segundo estas Organizações, os casos registados pelas autoridades, junto das várias instituições, rondam acima dos 3 mil.

A Lusonda retomará, brevemente, este tema em grande reportagem.

Cláudia Matos e Cláudia Évora

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