Durante os últimos anos, muitos foram os portugueses que
deixaram as suas casas e famílias à procura de uma vida melhor. Angola é um
desses países de seleção.
Nuno Paiva, de 40 anos, que deixou em Portugal a mulher e as
três filhas, confessou que “há um ano atrás tive que deixar o meu país e
procurar um emprego rápido para fazer face às despesas mensais, como a hipotecada
casa, água, luz e as despesas com a educação das minhas filhas”, algo que não
conseguiu encontrar aqui.
Apesar de se ter licenciado em arquitetura paisagística encontra-se
atualmente na capital Angola, Luanda, empregado na FVK, a maior fábrica de
vidros do país.
Ao chegar a Luanda, uma das capitais mais caras do mundo, Nuno
revelou que é muito visível o fosso entre a classe rica e a classe pobre, “aqui
todos vivem com um propósito, os mais pobres de sobreviverem ao dia-a-dia, e os
mais ricos de enriquecer reconstruindo a cidade que em tempos foi destruída”.
O arquiteto sempre teve consciência para onde iria mas
admitiu que “é uma aventura, em todos os aspetos, experimentar viver em
Luanda”. Contudo “a minha única missão era a de vir trabalhar” declarou.
O fato de estar empregado numa fábrica de, e, com
portugueses ajuda-o a “matar as saudades de casa”. Confessou, ainda, que nas
horas de lazer tem o hábito de se juntar com os outros portugueses para almoçar
a até ir à praia.
Nuno reconheceu que “o mais custoso é ir a casa apenas duas
vezes ao ano rever a família”, e são, a insegurança que se sente nas ruas, e a
vida cara que se acentua em Luanda que o fazem, cada vez mais, querer voltar
para o país natal.
Cláudia Rosado
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