«Há
condições políticas. O ambiente é de tranquilidade no país e todos os parceiros
da Guiné-Bissau estão disponíveis para financiar[as eleições]. Mas falta
que a Assembleia e o presidente interino nomeiem a comissão eleitoral e marquem
a data», disse José Ramos-Horta aos jornalistas, depois de ser recebido em
audiências separadas pelo presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e
pelo primeiro-ministro, José Maria Neves, a pretexto de uma visita à Cidade da
Praia.
Só depois de marcadas as eleições será feito o recenseamento eleitoral e a
campanha de educação cívica, que pode ser liderada pela ONU.
«Mas isso são coisas em que os guineenses e a comunidade internacional têm
grande experiência, pelo que não há razões para que não haja eleições este
ano», assegurou.
«As eleições, por si só, não resolvem nenhum problema e todos sabem disso. O
que é importante é criar condições para que haja estabilidade política no país
e, para tal, é necessário definir o Roteiro da Transição, calendarizando o
processo eleitoral», destacou.
O ex-presidente de Timor-Leste desvalorizou, também, as declarações do
procurador-geral da República guineense, Abdu Mané, que disse que o país tem
«má vizinhança» de um país lusófono, referindo-se a Cabo Verde.
«Eu venho de um país pequeno e uma coisa que aprendi na vida é que, quando
somos pequenos e frágeis, devemos procurar não granjear mais inimigos. Pelo
contrário, devemos alargar o leque dos nossos amigos», alertou.
João Ribeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário