José Ramos Horta, foi sempre conhecido e destacado pelos
seus feitos na inserção da paz e solidariedade no seu país de origem, ocupando
o cargo de porta-voz internacional de Timor-Leste. Através da sua perseverança
contra a violência nos países Africanos, ganhou o prémio nobel da paz, em 1996,
tinha 46 anos, tendo partilhado o mesmo com o seu compatriota bispo Carlos
Ximenes Belo, com quem dividia a sua luta para com o povo de Timor.
Nasceu a 26 de Dezembro de 1949, e conta, agora, com 63
anos de vida e um vasto currículo: passando por advogado, jurista e com conhecimentos
também na política. Teve uma educação católica e foi sempre ao longo da sua
vida um grande democrata timorense. Aos 18 anos, foi exilado de Timor-Leste, na
altura em que a colónia portuguesa estava sob ditadura militar, devido às suas
duras críticas ao governo de então.
Em 1974 fundou a Associação Social-Democrata Timorense
(ASDT) que pouco tempo depois passaria a FRETILIN. No ano seguinte, altura das
invasões a Timor-Leste pela Indonésia, Horta não se encontrava em Díli, capital
do país. Saíra dias antes com o objectivo de viajar até Nova Iorque para
apresentar à ONU a violência que o seu país ultrapassava, dando-lhes assim a
conhecer a FRETILIN. Foi o mais jovem diplomata a discursar no Conselho de
Segurança das Nações Unidas, conseguindo convencê-los a apoiar a independência
de Timor-Leste. Durante os 10 anos seguintes foi o representante permanente da
FRETILIN na ONU. Em 1998 passou a vice-presidente do CNRT (Conselho Nacional de
Resistência Timorense), e após a prisão de Xanana Gusmão, presidente do
conselho, Ramos Horta tornou-se seu representante.
No ano de 2000 foi-lhe atribuído o cargo de Ministro dos Negócios
Estrangeiros do Governo de transição em Timor-Leste, que ocupou até 2006,
altura em que apresentou a sua demissão por incompatibilidade com o
primeiro-ministro, Mari Alkatiri, que pouco tempo depois acabou por se demitir.
Em 2007, conseguiu ser eleito presidente da Républica de Timor. No ano
seguinte, foi alvo de um atentado por um grupo de rebeldes que estavam contra
as suas decisões.
Desde os seus tempos de juventude, que José Ramos Horta
se dedicou aos estudos relacionados com os Direitos Humanos. Licenciou-se em
Direito Internacional e tirou o mestrado em Estudos da Paz, completando os seus
conhecimentos com outros cursos de pós-graduação sobre Direito Internacional e
da Paz. Frequentou, assim, diversas universidades nos Estados Unidos, em
França, na Grã-Bretanha, passando também pela Austrália. Assim, na faculdade de
Letras da Universidade do Porto, em 2001, acharam-no merecedor, juntamente com Xanana Gusmão e Ximenes Belo,
do título de Doutor “Honoris Causa” pela faculdade de Letras da Universidade de
Porto.
Rita Afonso
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