quinta-feira, 4 de abril de 2013

Como brilha a Catoca


Embora a história da Sociedade Mineira de Catoca (SMC)  seja claramente de sucesso, a empresa não ficou imune à crise financeira mundial. O ano 2009 foi dramático. A queda dos preços levou à paragem de alguns projectos mineiros e ao despedimento de trabalhadores. Nesse ano, a Catoca também viu o preço médio de venda cair para 62,23 dólares por quilate (o mais baixo desde 2003) o que prejudicou a facturação.
Como estes números deixam transparecer, o desempenho do sector está muito dependente da evolução do preço dos diamantes. E estes têm sido marcados pela volatilidade. 
Do lado da procura, o mercado ressentiu-se da crise nos Estados Unidos e na Europa, como principais consumidores de diamantes angolanos, com os bancos a reduzirem a concessão de crédito aos agentes económicos no mercado de compra e venda de diamantes, o que provocou uma queda na procura do produto a nível da SMC, que viu os preços reduzidos em 20%. Mesmo assim, a Índia e a China na qualidade de novos compradores da SMC compensam o efeito negativo resultante de outras regiões.

A Sociedade Mineira de Catoca é uma empresa angolana de prospecção, exploração, recuperação e comercialização de diamantes, tendo como accionistas a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), a brasileira Odebrecht Mining Services, a sociedade diamantífera russa Almazzi Rossi-Sakha (Alrosa) e a Daumonty Financing Company. Está a expandir-se para outras províncias para além da Lunda-Norte, onde está implantada.
A SMC faturou em 2011 mais de 600 milhões de dólares na comercialização de 6,7 milhões de quilates de diamantes, representando 87 por cento do volume de vendas.
Segundo o relatório anual da instituição, em 2010 a facturação atingiu 527 milhões de dólares com a venda de 6,8 milhões de quilates, representando 86 por cento do volume de transacções.
No primeiro ano, a Catoca processou apenas 1,3 milhões de toneladas de minérios, hoje, fruto do investimento em tecnologia e da exploração em profundidades superiores, tem uma capacidade instalada para cerca de 10 milhões por ano

Localizada na Lunda Sul, a 35 quilómetros de Saurimo, capital da província é a quarta maior mina de diamante a nível mundial, ocupa uma área de 639 mil metros quadrados, é constituída por uma estrutura geológica complexa e o seu corpo mineralizado subdivide-se em Kimberlitos Porfíricos, Kimberlitos Tufísticos e Brechas Kimberlíticas Autolíticas.que faz do complexo o quarto maior ‘kimberlito’ do mundo a céu aberto.Kimberlito é vulgarmente conhecido como a rocha que contêm diamantes.Os kimberlitos são formados pela fusão parcial do manto a profundidades maiores que 150 km. O magma kimberlítico durante sua ascensão do manto para a crosta, habitualmente, transporta fragmentos de rochas e minerais - também conhecidos como xenólitos e xenocristais , entre eles o diamante.
Ainda assim refere-se que a SMC durante o exercício de 2012 deu continuidade aos trabalhos de pesquisa geológica nas concessões de Catoca, Lepi e Luemba, bem como iniciou trabalhos nas concessões de Gango, Luaxe e Luangue.
O conjunto de estudos geológicos realizados no Catoca, até à profundidade de 600 metros, demonstra um potencial de 271 milhões de toneladas de minério e 189 milhões de quilates a serem recuperados, correspondentes a uma facturação aproximada de 11mil milhões de dólares até 40 anos.
Com vista a preparar o futuro, os accionistas aprovaram no ano passado um plano estratégico intitulado Visão 2020, pretende colocar a empresa entre as três maiores mineradoras mundiais.

Haileka Ferreira



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